Prevenção
Qualquer pessoa que tenha uma relação sexual desprotegida pode contrair o HIV, não importando idade, estado civil, classe social, identidade de gênero, orientação sexual, credo ou religião.
Assim é importante conhecer e aplicar as diferentes estratégias e abordagens de prevenção, o que chamamos de prevenção combinada, por agregar a utilização de insumos de prevenção (como os preservativos e gel lubrificantes) com testagem regular para o HIV, realização de exames de HIV e sífilis no pré-natal e parto para gestantes e parceiros, diagnóstico e tratamento para o HIV e as outras IST’s, imunização para hepatites virais e HPV, PEP, PReP e instituição de medidas de redução de danos.
O Ministério da Saúde preconiza a utilização da Mandala da Prevenção Combinada para a escolha e conjugação das ações de prevenção mais efetivas para cada pessoa e suas parcerias sexuais, levando em consideração suas preferências e vulnerabilidades. E lembre sempre que os profissionais de saúde podem esclarecer e auxiliar nesse processo de escolha das melhores formas de prevenção.
A primeira mandala é a que o Ministério da Saúde trabalha. As outras menores são exemplos de criação de outros serviços. O que vocês acham de criarmos uma que seja mais atrativa visualmente?
“Legenda da mandala”: nessa parte gostaríamos que fosse alguma coisa interativa com o leitor, por exemplo, se a pessoa clicar na parte da mandala que fala da PEP abre uma janela com as explicação que colocamos abaixo.
Tratar todas as pessoas Vivendo com HIV /AIDS
O tratamento iniciado logo após o diagnóstico de HIV possibilita, além da melhora da qualidade de vida e a diminuição das complicações relacionadas a infecção, a redução da transmissão do vírus.
Há evidências científicas que apontam que as pessoas que vivem com HIV e que mantém o tratamento antirretroviral e o acompanhamento clínico-laboratorial em dia e estejam com carga viral indetectável por pelo menos 6 meses não transmitem o vírus do HIV por via sexual, conceito conhecido como Indetectável=Intransmissível (Nota Informativa nº 5, de 14/05/2019, do DIAHV/SVS).
Lembramos que o uso do preservativo continua sendo importante para evitar a transmissão de outras IST’s.
Testagem regular para HIV e outras IST’s e Hepatites Virais
Os testes rápidos devem ser realizados com regularidade, e, também, após alguma exposição de risco como a relação sexual desprotegida.
Gestantes e seus parceiros devem realizar os testes no pré natal e no parto, bem como durante o período de amamentação.
O SUS disponibiliza gratuitamente os testes de HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C. Procure a unidade de saúde mais próxima de sua casa para tirar suas dúvidas e realizar os testes.
Profilaxia Pós-Exposição (PEP)
A PEP do HIV é uma medida de prevenção de urgência. Ela consiste no uso de terapia antirretroviral (TARV) por 28 dias com a finalidade de evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo, mas para isso deve ser iniciada até no máximo 72 horas após a exposição.
A PEP é indicada para quem possa ter tido contato com o vírus do HIV, como, por exemplo, relação sexual desprotegida ou com rompimento do preservativo e acidente ocupacional biológico (com material perfuro cortante e/ou exposição de mucosas).
O Hospital Nossa Senhora da Oliveira é a referência para Vacaria e os municípios dos Campos de Cima da Serra para a realização da PEP.
Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)
A PrEP consiste na tomada diária de uma terapia antirretroviral que impede que o vírus do HIV infecte o organismo antes de a pessoa ter contato com o vírus, porque essa terapia bloqueia alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo.
A proteção da PrEP começa a ser efetiva após 7 dias de uso para relação anal e 20 dias de uso para relação vaginal. E, para assegurar a eficácia da PrEP deve-se tomar os comprimidos diariamente e fazer um acompanhamento clínico-laboratorial.
Atenção: a PrEP não previne outras IST’s, por isso o uso do preservativo continua sendo sempre indicado para complementar a prevenção.
Nem todo mundo pode fazer uso da PrEP, hoje ela está indicada para algumas populações com maior vulnerabilidade para a infecção pelo HIV, como: homens que fazem sexo com homens (HSH), gays, travestis, transexuais, profissionais do sexo e casais sorodiferentes.
No SAE Vacaria ainda não dispomos deste serviço.
Prevenir a Transmissão Vertical
A mulher que vive com HIV pode transmitir o HIV para o bebê durante a gestação, o parto e amamentação. E, se a mulher tiver outras IST’s, como a Sífilis e a Hepatite B também poderá transmiti-las ao bebê durante a gestação e o parto.
Por isso, é muito importante que as gestantes iniciem o acompanhamento pré-natal o mais cedo possível (e quando possível antes mesmo de engravidar!), realizando os testes para HIV, Sífilis e Hepatites Virais e outros exames que o profissional de saúde julgar importantes. Também é essencial que as parcerias sexuais participem do pré-natal e realizem os testes.
Assim, quanto antes for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, menores são as chances de transmitir o HIV para o bebê.
Além do tratamento da mãe, é importante o acompanhamento adequado durante o parto e os primeiros 18 meses de vida do bebê, com o uso de medicamentos antirretrovirais e acompanhamento clínico-laboratorial.
Outro fator importante é que a mulher que vive com HIV não pode amamentar o bebê, pois existe o risco de transmissão pelo aleitamento materno.
IMPORTANTE: Mulheres com diagnóstico negativo para HIV durante o pré-natal ou parto devem usar preservativo (masculino ou feminino) nas relações sexuais no período de amamentação. Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde. Faça perguntas. Esclareça as dúvidas.
Imunizar para Hepatites Virais
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluírem (tornarem-se crônicas) e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer.
Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam as hepatites e realizar a vacina para Hepatite B se não for portador da doença, ela está disponível para todas as pessoas que tem até 59 anos e também faz parte do calendário vacinal de rotina das crianças.
Redução de danos
As pessoas que usam álcool e outras drogas podem ter sua capacidade de decisão alterada quanto ao uso de preservativo ou de outras estratégias de proteção, expondo-as a um risco maior de contrair o HIV, seja por relações sexuais desprotegidas ou compartilhamento de materiais cortantes.
A redução de danos é um conjunto de estratégias singulares e coletivas, voltadas para as pessoas que usam, abusam ou dependem de drogas. Essas ações podem variar desde a oferta de insumos, intervenções comportamentais e estruturais relacionadas à redução do estigma e de barreiras de acesso à saúde.
Diagnosticar e tratar as pessoas com IST’s e Hepatites Virais
O SUS oferece gratuitamente testes rápidos para diagnóstico do HIV, da Sífilis e das Hepatites B e C, exames laboratoriais para o diagnóstico de outras IST’s e o tratamento para elas.
Os testes rápidos são práticos e de fácil execução; podem ser realizados com a coleta de uma gota de sangue ou com fluido oral, e fornecem o resultado em, no máximo, 30 minutos.
Usar preservativo masculino, feminino e gel lubrificante
O preservativo é o método mais conhecido, acessível e eficaz para a prevenção do HIV e de outras IST’s. Além disso, ele evita uma gravidez não planejada.
Existem dois tipos de camisinha:
- a masculina deve ser colocada no pênis ereto antes da penetração; e
- a feminina que é usada no canal vaginal, podendo ser colocada algumas horas antes da relação sexual, não sendo necessário aguardar a ereção do pênis.
O gel lubrificante é importante por reduzir o atrito durante a relação sexual, evitando possíveis lesões e sangramentos, o que aumento o risco de contaminação.
Os preservativos masculino e feminino são distribuídos gratuitamente em qualquer Unidade de saúde.
Ref:
1) PCDT HIV Adulto