Desde a famosa década de 1990, a AIDS tem se tornado um grande tabu em nossa sociedade, silenciando as vozes de indivíduos que a possuem, tornando-os seres marginalizados.
Em contraposição, a resistência difundida contra essa marginalização moveu durante anos e continua movendo pessoas e as mantendo firmes contra uma sociedade preconceituosa.
Com o avanço das tecnologias, principalmente na área da saúde, o tratamento da AIDS tem tornado seus pacientes cada vez mais saudáveis, com mais qualidade de vida ressignificando assim, o que antes era considerado dor, uma experiência de resistência e confirmando que não é o fim da luta! E que ainda há muito que ser conquistado.
Rompendo as barreiras do medo
Renato Russo em uma de suas letras, diz: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei. Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã. Espera que o sol já vem…”
Analisando os sentimentos implícitos na letra, podemos relacioná-la fortemente ao “medo” vivido pelas pessoas em quaisquer circunstâncias, principalmente ao se deparar diante de uma enfermidade, como a AIDS.
“O sol”, elemento utilizado na música, representa a luz sobre a escuridão que auxilia e ampara o desnorteio das pessoas durante a fase inicial complexa de descoberta da doença.
É válido ressaltar que Renato Russo também cravou uma luta contra a doença, na década de 90 e deixou seu legado, assim como tantas outras pessoas, confirmando-nos hoje, que não é o fim da luta!
A “escuridão” mencionada por Renato Russo, podendo ser interpretada como o medo do HIV, deve ser desmistificada, principalmente ao nos depararmos com uma materialização equivocada de um corpo com AIDS, como um corpo em vida que apresenta morbidez.
Muito pelo contrário, o que podemos ver atualmente através de pacientes em tratamento é a vida presente no corpo desses sujeitos. Uma vida com qualidade e muitas esperanças.
A descoberta
Ao mencionarmos a descoberta sobre a enfermidade, mencionamos automaticamente a interpelação dada pela doença e pela sociedade através do diagnóstico. Por isso, explicaremos abaixo, de forma sintetizada como acontece o diagnóstico do HIV positivo.
Inicialmente, para que o vírus seja realmente detectado no corpo de qualquer indivíduo, se faz necessário um exame sorológico (de sangue) e a recomendação dada, pelas organizações de saúde é realizar esse teste sempre que passado por alguma situação considerada de risco. Evitando que o seja atingido pelo vírus e o mesmo permaneça desconhecido.
O vírus HIV pode permanecer de 3 a 6 semanas em incubação, dentro do corpo humano, depois desse período o paciente pode apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe, como febre e mal-estar.
Em uma segunda fase, que podem durar anos, a síndrome se torna assintomática, porém, o vírus continua presente no paciente. Por esse motivo, o mais aconselhável é investigação e a curiosidade sobre a doença, prevenindo-se, mas, realizando um acompanhamento contínuo.
Uma vida normal
Quando diagnosticado com a doença, a primeira coisa a ser refletida é a auto aceitação do paciente, levando em consideração a vida saudável que poderá ser garantida, por meio de tratamento.
Segundo uma organização projetada pela ONU, chamada UNAIDS, certifica de que “O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de renda média e baixa. Apesar disso, a adesão ao tratamento disponível gratuitamente pelo SUS ainda é um desafio. Das pessoas estimadas vivendo com HIV no país, 84% já fizeram o teste de HIV; destas, 75% estão em tratamento para o HIV; e, dentro deste grupo de pessoas em tratamento, cerca de 92% apresentam carga viral indetectável.”
Sendo assim, é possível perceber que a Aids não é uma doença com uma cura ainda fundamentada e comprovada, portanto, as formas de tratamento resumem-se no uso de medicamentos chamados antirretrovirais.
Tais tratamentos têm apresentado resultados positivos para a sociedade, principalmente na atenuação dos impactos do vírus, como também na estética do infectado, melhorando assim, a autoestima do indivíduo.
Portanto, para que a autoestima seja retomada e a saúde faça parte da vida de um soropositivo é preciso muita reflexão acerca de si e coragem para perceber que a luta ainda não acabou!
E para que essa luta seja analisada de frente e planos sejam traçados para enfrentá-la, o primeiro passo a ser seguido é por meio do teste/diagnóstico. Por isso, ressaltamos aqui a grande importância de ter um acompanhamento frequente e a realização de testes para se mantiver seguro.
Caso o diagnóstico seja confirmado, saiba que existem inúmeras possibilidades de resistir. E não se esqueça: não está sozinho. “Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã…”