O estigma e a discriminação estão associados negativamente aos processos de prevenção, tratamento e enfrentamento do HIV.
Estudos realizados recentemente apontam que a falta de uma educação sexual adequada, pouco acesso a informações de qualidade sobre sexualidade, orientação de gênero e infecções sexualmente transmissíveis e os preconceitos presentes em diferentes graus em todas as pessoas, dificultam o controle da epidemia do HIV no Brasil.
O estigma relacionado ao HIV é um fenômeno social complexo, caracterizado por um conjunto de atitudes, crenças, sentimentos e comportamentos negativos em relação às pessoas que vivem com HIV (PVHIV) ou em relação à população mais vulnerável a esta infecção, como gays, homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas que usam drogas, profissionais do sexo, transexuais e travestis, entre outras.
Enfim, o estigma acontece em virtude de um julgamento equivocado e preconcebido sobre as pessoas que vivem com HIV, atribuindo um juízo de valor sem conhecer com profundidade a infecção e o seu portador.
Já a discriminação consiste no tratamento desigual, injusto e excludente às PVHIV ou aos grupos vulneráveis e, geralmente, este comportamento está alicerçado em atitudes e crenças estigmatizadas no seu meio social.
Em virtude do estigma e da discriminação as pessoas deixam de buscar por informações qualificadas quando passam por situações de exposição de risco, não procuram as unidades de saúde para realização do teste rápido, evitam falar sobre os riscos para as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) de forma clara e despida de preconceitos, abandonam o tratamento para que familiares não encontrem os medicamentos entre seus pertences ou por medo de serem vistos no Serviço de Assistência Especializada e não utilizam métodos de prevenção, tendo dificuldade em negociar o uso do preservativo com seus parceiros.
Todas essas atitudes resultam de crenças aprendidas culturalmente e replicadas ao longo do tempo, bem como da onipotência do ser humano em pensar que com ele nada acontecerá, apegando-se a aparências, ao status social e a falsa segurança do casamento ou da parceria fixa.
Enfim, as pessoas temem o julgamento e o distanciamento dos familiares, amigos, amores, sociedade e até mesmo dos profissionais de saúde e negligenciam a prevenção e o tratamento do HIV, contribuindo para o aumento do número de infectados e dificultando as ações de enfrentamento desta epidemia.
Para reduzir o estigma e a discriminação é necessário disseminar informação qualificada e confiável sobre o HIV/AIDS e as outras ISTs, formas de prevenção combinada, tratamento, direitos humanos e acesso aos serviços de saúde.
Além disso, é preciso que as PVHIV sejam encorajadas e fortalecidas para o tratamento e para o enfrentamento da infecção.
O SAE Vacaria busca combater o estigma e a discriminação que estão presentes em nossa sociedade, acolhendo e auxiliando todas as pessoas que buscam por prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV, além de disseminar informações qualificadas e confiáveis nas redes sociais e em outros veículos de informação.
Nota: a discriminação contra pessoas que vivem com HIV/AIDS é um crime previsto na Lei nº 12.984, de 02/06/2014.